Louve e Adore a Jesus Cristo

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Leia o Salmo 150

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

REVISTA ECLÉSIA - Ginga e devoção ao som do berimbau - Praticantes evangélicos da capoeira montam ministérios e usam o jogo para evangelizar e promover inclusão social


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Ginga e devoção ao som do berimbau
Praticantes evangélicos da capoeira montam ministérios e usam o jogo para evangelizar e promover inclusão social
A roda se forma e, ao som característico do berimbau, praticantes vestidos de branco logo começam o jogo da capoeira. Vigorosos e ágeis, os movimentos são de encher os olhos. As palmas marcam o ritmo, enquanto manobras como cambalhotas, trança-pés e rabos-de-arraia se sucedem. Mas o que chama a atenção ali é o tipo de música utilizada para animar o grupo. Em vez de ritmos tradicionais, como a chula, a ladainha e o corrido, o que se ouve são corinhos evangélicos e brados de “aleluia” e “glória a Deus”. Estranho? Nem tanto. De uns tempos para cá, cada vez mais crentes têm praticado a capoeira, mostrando que, se o coração é de Cristo e a mente está cheia da Palavra de Deus, o corpo pode gingar à vontade. Em todo o Brasil, grupos de capoeiristas crentes montam verdadeiros ministérios que utilizam esse esporte tipicamente nacional, nascido da herança cultural negra, como veículo de evangelismo e ação social. Só pelos nomes dos times – Nova Visão, Shalon, Projeto Ide, Aba Pai, Shekiná e 100% Jesus –, já dá para perceber que os capoeiristas de Cristo não abrem mão de ser identificados pela fé que professam.

“Nós somos, acima de tudo, servos de Deus”, frisa o professor Edson Pedroza, mais conhecido como Mestre Verdinho, 42 anos, sendo 27 de capoeira, e membro do Ministério Internacional Compromisso com a Palavra, igreja sediada no Rio de Janeiro. “Nossos instrumentos e adereços são consagrados, nossas músicas exaltam o nome de Cristo e não praticamos qualquer forma de violência”, explica. Mas ele reconhece que nem sempre pensou assim. Quando se converteu em 2001, Verdinho, que já praticava a capoeira, abandonou o esporte. “Achei que aquilo não agradava a Deus”, conta. Um belo dia, pesquisando na internet, descobriu que seria realizada uma convenção de capoeiristas de Cristo, em Ubatuba, litoral paulista. “Eu me inscrevi e lá conheci vários mestres evangélicos, como Chocolate, Suíno e Serginho da Maré”, enumera. Os apelidos curiosos, para quem não sabe, são uma tradição na capoeira. “Desde então, passei a receber suporte técnico e espiritual desse pessoal. Aprendi que a capoeira é perfeitamente conciliável com o Evangelho”, alegra-se.

A preocupação que Verdinho tinha é a mesma de boa parte dos evangélicos. Comumente associada ao candomblé devido à sua matriz africana, a capoeira é tida como prática profana por muitos crentes e pastores. Um dos motivos é que seus cânticos envolvem ritmos e uso de instrumentos associados a ritos afro-brasileiros, como o atabaque e o agogô. Aliás, o preconceito contra a atividade não tem apenas caráter religioso. A capoeira já foi até proibida oficialmente no Brasil, em 1850. Naquela época, quando ainda era utilizada como luta corporal, dizia-se que era coisa de vagabundos e ladrões – certamente, por discriminação em relação aos negros, já que ainda vigorava a escravidão no país. Quem fosse pego jogando capoeira ia preso e ainda podia sofrer severos castigos físicos. Foi só em 1937, sob o Estado Novo de Getúlio Vargas, que a capoeira deixou de ser legalmente proscrita.

Mesmo assim, o estigma permaneceu por um bom tempo. Hoje, ela perdeu totalmente o caráter de confronto físico e é parte importante do folclore brasileiro. Por todo o país, e sobretudo na Bahia, o jogo é uma importante manifestação cultural, reunindo em suas rodas gente de todos os tipos e origens. “A capoeira é uma atividade que condiciona o físico e a mente. Além disso, muitos grupos se envolvem em atividades educativas e prestam um importante serviço de integração social para jovens e crianças”, elogia Mestre Camisa, um dos mais famosos capoeiristas do país.

Treino e oração – É justamente isso que faz o núcleo 100% Jesus, ligado à Associação de Capoeira Cruzeiro do Sul, que atua no Mato Alto, uma região carente do Rio. Ali, jovens da comunidade têm a oportunidade de praticar o esporte, ter noções de cidadania e ainda ouvir o Evangelho pela ONG Casa do Mestre, liderada pelo pastor Márcio Duran. Na entidade, cerca de 200 pessoas são atendidas em diversos projetos esportivos, sociais, culturais e educacionais. A Casa do Mestre tem ajudado até a ressocializar jovens envolvidos com a criminalidade (ver quadro). Já no Ministério Nova Maré, liderado por Mestre Serginho, só participam alunos que congregam em uma igreja e vivem uma vida verdadeiramente cristã. O grupo tem hoje aproximadamente 70% de evangélicos, a maioria dos quais conheceu Jesus justamente pelo trabalho de evangelismo ali realizado.

“Mesmo os que ainda não se decidiram na fé aceitam nossas orações e sempre ficam para ouvir uma palavra no final do treino”, conta Serginho da Maré. Além disso, valores como a importância da família e do trabalho sempre são enfatizados nas conversas à beira da roda. O pessoal do Nova Maré tem se destacado não apenas pelas camisas temáticas, com o nome “Jesus” em letras grandes, mas também pelo talento no esporte. Eles acabam de voltar de uma viagem à Suécia e França. “Lá, realizamos shows, palestras e intercâmbio cultural”, explica Serginho. Ele gosta de citar o texto de 1 Coríntios 1.27 como uma espécie de lema do grupo: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias”, recita o capoeirista.

Um dos precursores do movimento de evangelismo por meio da capoeira é o presbítero Altair José dos Santos, da Igreja Presbiteriana Getsêmani, de Santos (SP). Se seu nome for proferido numa roda de capoeira, ninguém saberá de quem se trata – mas basta mencionar seu apelido, Mestre Chocolate, para perceber um respeito quase reverente. Dono de muita experiência e de uma técnica apurada – é técnico da Seleção Santista de Capoeira e presidente da Liga Regional Santista de Capoeira –, Chocolate lidera o grupo Nova Visão, na cidade paulista. Ele garante que a prática do jogo tem sido uma abençoada maneira de ganhar almas para Jesus: “Nas ruas, nosso procedimento é muito simples – quando estamos jogando e reunimos um grupo de espectadores, paramos a capoeira e falamos do amor de Cristo”, relata. “Usamos comparações da luta para falar das batalhas espirituais, explicando que o ataque e a defesa não se dão apenas no aspecto físico, mas também no espiritual.”

Assim como Mestre Verdinho, Chocolate também passou por um período de crise pessoal quando entregou-se a Cristo. Ele parou de praticar capoeira por um bom tempo, até que conheceu os Atletas de Cristo, organização que reúne esportistas evangélicos de diversas modalidades esportivas para promover a comunhão e o evangelismo por meio de sua linguagem. Após muito estudo bíblico, oração e dedicação, Chocolate voltou à capoeira e logo iniciou o Ministério Nova Visão, que tem hoje mais de 500 alunos e uma filial na Colômbia. O grupo já se apresentou também nos Estados Unidos e até na longínqua Nova Zelândia. “Temos tido muita graça de Deus e diversos frutos nesta caminhada”, comenta. Ainda, segundo ele, o trabalho envolve crentes de variados perfis, como pastores, diáconos, músicos e professores de Escola Dominical. São missionários na Jocum ( Jovens Com Uma Missão), pastores e pastoras, diáconos,  professoras de crianças, levitas, músicos e muitos outros que ainda não trabalham com cargos de liderança.

Reconhecimento – Para o paulista Sergio Luiz Vieira, 49 anos, presidente da Federação Internacional de Capoeira (FICA), o mais elevado órgão representativo do esporte em âmbito mundial, a presença de praticantes evangélicos é bem-vinda. Ele falou à reportagem de ECLÉSIA: “A capoeira é um esporte e não tem ligação com nenhuma religião”, explica, e com conhecimento de causa – além de ex-campeão brasileiro como praticante e campeão mundial, em 2002, como técnico, Vieira também é evangélico. Ele pesquisou bastante o assunto: “A mais antiga referência que temos à capoeira data de 1770. Conta-se que um tenente português conheceu um modo diferente de lutar, oriundo da China, e que logo foi aprendido pelos escravos. Portanto, é uma manifestação multicultural nascida a partir do encontro do elemento negro, branco e indígena”, ensina.

Segundo Vieira, que é graduado em educação física, mestre em ciências sociais e doutor em antropologia, a capoeira é jogada em mais de 130 países. Mas é o Brasil que tem o maior número de praticantes – “Cerca de 5 milhões”, calcula. Ela é reconhecida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que tenta, junto com outras federações nacionais, incluí-la no rol das modalidades olímpicas. “Reconheço este movimento chamado de capoeira gospel como uma excelente ferramenta para o alcance de crianças e jovens, adultos e idosos”, destaca o dirigente. “Este é um segmento muito importante da capoeira, o qual tem muito a oferecer às comunidades cristãs evangélicas. Só que existe a necessidade de um maior nível de formação de quem a leciona”, ressalva o dirigente da FICA, que tem sua sede em Atibaia (SP).

A proximidade entre a fé evangélica e a capoeira já virou até tema de dissertação acadêmica. Oficial da Igreja Renascer em Cristo e líder do grupo de capoeira Aba Pai, o professor Hélio Silva dos Santos – ou, simplesmente, Mestre Dendê –, acaba de concluir uma pós-graduação em educação física defendendo o trabalho A capoeira e sua utilização como instrumento de arte e evangelismo. No dia da defesa da tese, os integrantes do Aba Pai se apresentaram na faculdade, para uma platéia de 300 pessoas. “Não se pode falar em um novo estilo de capoeira”, diz Hélio. “Mas o que está acontecendo é um verdadeiro movimento de evangelização.”

O resultado desse trabalho é a mudança na vida de gente como o missionário Fabiano Zanghelini, de 24 anos. Ele foi alcançado pelo Evangelho pelo Ministério Shekinah Capoeira, da Comunidade Batista Vida Nova, de Jaraguá do Sul (SC). “Deus usou o Diego Marcolla e a sua capoeira para me abençoar”, conta, referido-se ao dirigente do grupo. “Eu estava no fundo do poço, mas o Senhor restaurou a minha vida”, comemora. Hoje, Fabiano é missionário formado pela Escola de Treinamento e Discipulado da agência Jovens com uma Missão (Jocum), e tem desenvolvido seu ministério na cidade mineira de Belo Horizonte. “Eu sou a prova de que Deus pode usar a capoeira para salvar vidas”, encerra.

Sandra BraconnotColaborador

Entrevista Portal Guia-me: Anunciando as boas novas de Cristo nas rodas de Capoeira




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Entrevista: Hélio Santos - Professor de capoeira


Entrevista: Hélio Santos - Professor de capoeira
Anunciando as boas novas de Cristo nas rodas de Capoeira
Por Myrian Rosário
Quando se fala em capoeira, a maioria de nós, cristãos, imagina uma roda onde homens fortes e ágeis, a maioria negros, exercitando o corpo em movimentos ritmados, marcados pelo som do berimbau e uma música peculiar, onde as letras nada têm a ver com louvor ou adoração. Pelo contrário, muitos associam a capoeira aos rituais do candomblé e consideram a sua prática uma abominação para aqueles que professam a fé em Cristo Jesus. Mas será que essa visão corresponde à realidade?

Para surpresa de muitos, a capoeira vem sendo utilizada, com sucesso, como instrumento de evangelismo. Sem preconceitos ou pré-julgamentos, conheça melhor o trabalho do professor Hélio Santos, capoeirista de Cristo.

Guia-me: Como você se tornou um capoeirista de Cristo?
Hélio Santos:
Eu comecei a praticar capoeira em 1994. Aceitei a Jesus na Igreja Assembleia de Deus, Ministério do Belém, no bairro da Penha, em São Paulo em 1998, mas me desviei. Voltei à igreja em 2001, por intermédio do Ministério de Capoeira ABA PAI. Eu ouvir falar desse ministério,  fiquei curioso e fui atrás. Na época, eles  estavam na Renascer Santana, onde por um ano fui ministrado até me reconciliar com o Senhor e começar realmente a servi-lo e fazer parte do Ministério de Capoeira como professor.


Guia-me: A capoeira teve origem com os negros e muitos dizem que sua essência está intimamente ligada ao Candomblé. É possível resgatar esse esporte e transformá-lo numa ferramenta para o Reino de Deus? De que forma?
Hélio Santos: Não existem documentos suficientes que comprovem a origem da capoeira. As opiniões recaem sobre duas fortes correntes. Uma possibilidade é que ela tenha nascido na África e vindo de lá com os escravos. A outra é que ela tenha sido criada pelos escravos no Brasil. A discussão é interminável. Nós usamos a capoeira como instrumento de evangelismo. Uma de nossas estratégias é fazer rodas de capoeira num parque ou praça. As pessoas param para assistir e, quando há a exibição de uma capoeira mais ligeira, a Regional, e o número de espectadores aumenta, paramos a roda e um líder ministra uma palavra rápida e objetiva. Depois disso, fazemos um apelo e convidamos as pessoas que aceitam Jesus a repetir uma oração. Essas pessoas são cadastradas para que possamos acompanhá-las nos seus primeiros passos na fé. Outra estratégia tem sido promover encontros de capoeiristas, onde os não-cristãos têm a oportunidade de conhecer o nosso trabalho e ser ministrados.



Guia-me: Como surgiu a idéia de criar grupos de "Capoeira Gospel"?  
Hélio Santos:
Não temos capoeira gospel, mas sim capoeiristas de Cristo, que têm atuações de arte-evangelismo em meio a capoeira e músicas de capoeira no gênero gospel, mas a capoeira é Angola ou Regional e mais recentemente a Contemporânea. Assim como o Kaká, não chama o seu futebol de gospel, mas tem atitudes de servo de Deus no mundo do futebol, fazemos nossa atuação como missionários no mundo da capoeira. O grupo de capoeira na igreja nasce da necessidade de disponibilizar atividades aos irmãos, bem como atender à comunidade e levar ao mundo da capoeira as boas novas do amor e das bênçãos que Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, pode nos dar através da entrega de nossos corações a Ele.
 
Guia-me: Houve resistência no início?
Hélio Santos:
Sim, mas hoje a resistência é superada pelos muitos frutos que este trabalho tem proporcionado. Os líderes de diversos ministérios, que antes não apoiavam, hoje têm outra postura e nos dão suporte para desenvolvermos esta ação ministerial.

Guia-me: Quem foram os maiores incentivadores?  
Hélio Santos:
Tivemos em primeiro lugar a bênção do Senhor na Igreja Renascer em Cristo. O Presbítero Maurício iniciou o trabalho de nosso Grupo. Também tivemos apoio do Bispo Gê, do Apóstolo Estêvam Hernandes e da Bispa Sônia Hernandes, além dos mestres que se converteram, entre eles, o Pastor Elto Pereira de Brito, o Mestre Suíno.

Guia-me: Ainda existe preconceito entre os evangélicos?
Hélio Santos:
 Sim, mas aos poucos está havendo maior aceitação, pois eles estão percebendo que esta obra é verdadeiramente do Senhor. Temos famílias restauradas, curas, transformações, pessoas que tiveram na capoeira uma ponte para retornar ou vir a freqüentar a igreja. A cada dia cresce esta ação ministerial que tem dado oportunidade a muitos de ouvir o evangelho em diversas partes do Brasil e do mundo.



Guia-me: Como surgiu o CD dos Capoeiristas de Cristo?  
Hélio Santos:
Este CD surgiu da necessidade de expressarmos, assim como é feito desde o inicio da capoeira, o nosso convívio e relação com a capoeira e o meio onde vivemos e reafirmar que a capoeira pode estar nas igrejas.
 
Guia-me: O que ele tem de diferente das músicas tradicionais usadas nas rodas de capoeira?
Hélio Santos:
Nós, como cristãos, podemos falar de arte, cultura, educação, história e principalmente da palavra de Deus e de nossas experiências com o Senhor. Sendo assim, os CDs têm algo a mais que é expressado através das letras das músicas e principalmente da unção que o mesmo trasmite.
 
Guia-me: Os instrumentos são os mesmos? Quais são os destaques nas letras?

Hélio Santos: Usamos os mesmos instrumentos com o diferencial que os nosso são ungidos, assim que os adquirimos, e consagrados a Deus, em nome de Jesus Cristo. Nossas letras falam de paz, educação, história do negro, nosso cotidiano e da palavra de Deus, através de histórias bíblicas. Fala de fundamentos de capoeira e de como é ser capoeirista de Cristo.
 
Guia-me: Muitas pessoas têm se achegado a Jesus através da capoeira?
Hélio Santos:
 Sim. Tenho a experiência de fazer parte de muitos eventos dos capoeiristas de Cristo por todo o Brasil e tenho visto o poder de Deus se manifestar no meio de nosso povo. Como exemplo, cito este testemunho: Neste ano de 2008, ano Apostólico de Ester, Deus tem feito se cumprir a promessa de conquistar o posto mais alto e ter alegria transbordante. Sou líder do Ministério de Capoeira Aba Pai e, neste carnaval, eu e mais dois professores do ministério estivemos em Salvador com tudo pago, participando do evangelismo Impacto de Carnaval, promovido pelo Projeto Sal da Terra, da Igreja Batista Missionária Independência, com samba reggae, dança, teatro e muita capoeira. Fomos honrados com o respeito e a conversão de muitos mestres conhecidos no mundo da capoeira. Ao todo foram 950 conversãoes em cinco dias de evangelismo.
 
Guia-me: Que tipo de eventos evangelísticos têm sido realizados tendo a Capoeira como principal atrativo?  Hélio Santos: Dentre os eventos que mais se destacam estão Os Encontros Regionais, Estaduais e Nacionais de Capoeiristas de Cristo; As Conferências dos Capoeiristas de Cristo; Cultos dos Capoeiristas de Cristo; Rodas; Aulões; Graduações e Troca de cordas; Apresentações em Igrejas e diversos espaços dos mais variados segmentos da sociedade; Marchas para Jesus, onde ocorrem pequenas rodas e acrobacias no decorrer do percurso e, no final, uma grande roda de confraternização. Existem mais de 50 Ministérios de Capoeira distintos no Brasil e no Exterior.

A CAPOEIRA E SUA UTILIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE ARTE EVANGELISMO

 RESUMO  DE MEU TCC DO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNI FMU DE SÃO PAULO, APRESENTADO EM FORMA DE PAINEL CIENTÍFICA EM MARÇO DE 2007.   
   PEÇO QUE ASSIM QUE LER DÊ SUA OPINIÃO SOBRE O QUE ACHA DE NOSSO TRABALHO.
Introdução
Neste início do Sé. XXI percebemos que um dos principais desafios dos seres humanos é refletir e atuar diante de suas crenças, valores e eventuais preconceitos, o aparecimento de diversos grupos, associações, entidades e igrejas evangélicas que enfatizam a arte como instrumento de evangelismo, utilizando-se de manifestações culturais e arte educacionais em busca da formação de uma sociedade mais harmoniosa e consciente de quais são os verdadeiros valores cidadãos, com ênfase na base familiar e na ética como aspectos fundamentais para uma convivência mais segura entre todos.
Neste contexto destacamos a Capoeira que esta crescendo substancialmente no meio cristão, sabemos que o preconceito sempre foi um dos grandes empecilhos para que a capoeira estivesse dentro das igrejas, assim como em sua história ela foi marginalizara, mas de uma forma ativa, hoje em dia, a capoeira vem promovendo a união de pessoas de diversas tribos, religiões, etnias e classes sociais, ou seja, ela esta sendo um instrumento forte de socialização e fortalecimento para as relações inter pessoais.
O Pastor Elto Pereira de Brito (Mestre Suíno, presidente fundador do Grupo de Capoeira Candêias), membro da Igreja Cristã Evangélica Redenção em Goiânia em seu livro Capoeira e Religião, coloca que todos os pensamentos e atitudes estão vinculados a uma crença em alguma coisa e as crenças religiosas dominam grande parte das ações dos homens.
Buscamos divulgar a capoeira como instrumento de arte evangelismo e sua força facilitadora do processo de conscientização sócio-cultural para a sociedade, desvencilhando a correlação que leigos fazem da capoeira como sendo religião, pois cada capoeirista tem a sua religião e filosofia de vida que pode ou não utilizá-la nas rodas e no mundo da capoeira em forma de músicas ou atitudes.
Revisão de Literatura
Histórico da Capoeira
Sobre sua origem não existem documentos suficientes que comprovem a origem da capoeira. As opiniões recaem sobre duas fortes correntes, uma que ela tenha nascido na África e vinda de lá com os escravos e a outra que ela tenha sido criada pelos escravos no Brasil.(VIEIRA & ASSUNÇÃO, 1999). A discussão é interminável: pesquisadores, folcloristas, historiadores e africanistas ainda buscam respostas para a seguinte questão: “A capoeira é uma invenção africana ou brasileira?” Teria sido uma criação do escravo com fome de liberdade? Ou invenção do indígena? As opiniões tendem para o lado brasileiro, e aqui vão alguns exemplos: no livro 'A Arte da Gramática de língua mais usada na Costa do Brasil' do Padre José de Anchieta, editado em 1595, há uma citação de que 'os índios Tupi-guaranis, divertiam-se jogando capoeira'. Guilherme de Almeida no livro 'Música no Brasil', sustenta serem indígenas as raízes da capoeira. O navegador Português Martim Afonso de Sousa, observou tribos jogando capoeira. Como se não bastasse, a palavra 'capoeira' (CAÁPUÉRA) é um vocábulo Tupi-guarani, que significa 'mato ralo'.
Num trabalho que foi publicado pela XEROX do Brasil, o professor austríaco Gerhard Kubik, antropólogo e membro da associação mundial de folclore e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranhar ' que o brasileiro chame capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante.(SILVA 2002). Muitos mitos e discursos foram criados ao longo de sua história e serviram para confundir e reforçar posicionamentos e idéias que nem sempre comungavam com a verdade clara e transparente dos fatos. Em contraponto, os recentes trabalhos de estudiosos do assunto, como as pesquisas acadêmicas tem trazido boas novas descobertas. Talvez não chegaremos a completar a sua real história, mas só o fato de podermos nos aproximar, já é o suficiente para tentarmos.
A Capoeira Angola é considerada por muitos como a capoeira mãe, mas que na verdade é também um estilo, criado a partir da vadiação baiana que não tinha seus fundamentos tão estruturados como a Angola. É um estilo que se fortaleceu e solidificou-se a partir de Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha), que foi seu mais importante representante e eleito pelos capoeiristas da época para comandar os destinos da capoeira baiana que não fosse a Regional. A Capoeira Angola se caracteriza por seus fundamentos, atualmente já bem estruturados, pela sua filosofia e pelo respeito e submissão ao comando mestres .Sua principal filosofia é a subjetividade, onde a malícia suplanta a força, o respeito, o medo, a cooperação, à competição.(BRITO 19998).
A Capoeira Regional foi criada por Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado), um estilo que era para ser apenas baiano, mas espalhou-se por todo o mundo. “Mestre Bimba partiu de uma crítica da capoeira baiana, cujo nível técnico considerava insuficiente, sobretudo se confrontado com outras lutas e artes marciais, que começavam a ser difundidos então no Brasil. (BRITO 2007)”.
Bimba não somente transferiu a prática da capoeira da rua para um recinto fechado, a academia, mas a fragmentou em 'exercícios fundamentais' a serem praticados diariamente, 'seqüências' e a roda propriamente dita. Uma das inovações mais controversas foi a introdução de novos golpes, dentre eles os balões cinturados. Ele também introduziu uma hierarquia até então não existente, onde distinguiam-se calouros, formados e formados especializados. (VIEIRA & ASSUNÇÃO, 1999).

Revisão de Literatura

Histórico e ações do Grupo de Capoeira ABA PAI

O Grupo de Capoeira Aba-Pai vem desenvolvendo desde 1996 um trabalho onde enfatizamos a ação sócio-educativa, que tem como base a ação Ministerial, dentro das Igrejas Evangélicas Apostólica Renascer em Cristo e espaços onde tiveram ou terão disponibilidade para tais ações.Atuamos fortemente no campo arte educacional com atividades que atuam interdisciplinarmente com a capoeira, como por exemplo;o lúdico e a recreação com brinquedos populares, cantigas, jogos e brincadeiras de roda e culturais, através do resgate de manifestações folclóricas como, o Bumba Meu Boi, o Côco, o Samba de Roda, as Danças Afro, o Jongo, os Cacuriás, o Xote e o Maracatu .Promovendo cursos, oficinas e work-shops em clubes, escolas, universidades, academias e ONGs.
Desenvolvemos a Capoeira Contemporânea, que assim como a dança contemporânea é algo que instiga desafios e aprimoramentos com fundamentações em suas raízes . Com o passar do tempo e com a evolução de muitas áreas, culturais da arte e dos esportes, a capoeira não poderia ficar para trás, desde a criação da Luta Regional Baiana (Capoeira Regional) nos anos 30 por Manuel dos Reis Machado, o Mestre Bimba que foi considerada a Capoeira Moderna até os dias de hoje, muita coisa mudou, no sentido de que a necessidade de aprimorar as técnicas, o ritmo e a expressão, levarão a nova geração de capoeiristas a buscarem um maior conhecimento teórico e prático do que fazer, onde podemos consolidar a força da capoeira como instrumento de Arte Evangelismo. Dando grande ênfase às questões fisiológicas, onde, por exemplo, aqueles movimentos que poderiam machucar de alguma forma o corpo dos praticantes é trabalhado e adaptado para que desta forma se consiga uma melhor postura, facilitando assim o processo físico e educacional.
Resultados

Dentre tantos projetos existentes hoje em dia em mais de 50 Igrejas Evangélicas que trabalham com os Ministérios de Capoeira, quero dar aqui um exemplo de tudo o que podemos desempenhar através da capoeira como os Encontros Nacionais de Capoeiristas de Cristo, promovidos por profissionais habilitados e servos de Deus ungidos para honrar os ensinamentos de Jesus Cristo, como foi o II Segundo Encontro Nacional de capoeiristas Evangélicos promovido pelo Mestre Suíno Presidente Fundador do Grupo Candeias de Capoeira, realizado nos dias 29 e 30 de Abril de 2006 no Colégio Pré – Universitário COLU em Goiânia.
Neste evento além de muita capoeira com cursos, apresentações, rodas, tivemos cultos e noites poderosas com curas e libertações.
Um dos pontos cruciais foram as reuniões e debates de onde foi tirado uma carta de intenções dos capoeiristas de Cristo.
O Grupo de Capoeira ABA PAI em parceria com outros Grupos de Capoeiristas de Cristo realizaram no dia 16 de Dezembro de 2006 no Espaço Renascer na Mooca, São Paulo - SP o II Encontro Nacional de Capoeiristas de Cristo em parceria também com o Projeto “Minha Tribo é da PAZ ( Salmo 122)” que é um projeto voltado para o público jovem.Tem como finalidade o resgate dos jovens, através da música, com a apresentação de bandas com seus variados estilos musicais e através do esporte, e eventos de integração. Dentro do contexto esportivo e Cultural destacamos a capoeira, esporte genuinamente brasileiro. O jovem é um instrumento de grande potencial para a sociedade, mas tem tido seus valores sugados pelas drogas, criminalidade, etc. É reforçado neste projeto um programa de resgate e reabilitação para usuários de drogas, fazendo parte do projeto “Sou Careta Drogas Bah!” que se estende por todo o país, além de apoiarmos estes jovens, apoiamos também seus familiares através do GAUF – Grupo de Apoio a Usuários de Drogas e Familiares.O projeto atingi grandes resultados, graças à parceiros e colaboradores que percebem a seriedade e transparência e amor com que atuamos; Neste Encontro Nacional de Capoeiristas de Cristo foi realizado:Reunião de atletas, capoeiristas de Cristo ou não para aprimoramento de técnicas esportivas;
  • Discussão de procedimentos técnicos e de organização da prática desportiva;
  • Debates sobre capoeira na igreja e o contexto evangélico;
  • Apresentação de danças afro-brasileiras;
  • troca de cordas e graduação de mais de cinqüenta alunos;
  • aulas práticas com Mestre suíno;
  • rodas de capoeira;
  • ministrações específicas dentro da temática do evento;
  • Entre estes projetos podemos citar também os cd’s de Capoeira lançados no no endereço da Internet - www.capoeirapatadoleao.com.br:




CD “ CAPOEIRA ABA-PAI ”RAIZ DA LIBERDADE ”
EDUCAÇÃO E CULTURA - DEUS É FIEL
Preservar a cultura é saber impor a sabedoria que nos foi dada por Deus”.
Eventos:
Dentre os eventos que mais se destacam estão:
  • Os Encontros Nacionais de Capoeiristas de Cristo;
  • Cultos dos Capoeiristas de Cristo;
  • Rodas;
  • Apresentações em Igrejas e diversos espaços dos mais variados segmentos da sociedade;
  • Marcha para Jesus, onde ocorrem pequenas rodas e acrobacias ao decorrer do percurso e ao final uma grande roda de confraternização;



Conclusão
O que buscamos nesta pesquisa foi reforçar os aspectos culturais existentes no mundo da capoeira dando abertura a um novo tema e perspectiva de ações positivas para um crescimento da abrangência e colocação das atividades existentes no universo capoeirístico, como por exemplo, as igrejas evangélicas, embasando-nos em fatos e resultados positivos já obtidos nos trabalhos feitos por diversos Grupos de Capoeira, onde seus líderes sendo evangélicos tiveram a postura de derrubar as barreiras do preconceito existente em determinadas igrejas evangélicas em relação às culturas afro descendentes, dando exemplos de que seus trabalhos eram de valor e respeitáveis, fazendo o papel de protagonistas deste marco histórico no qual temos a oportunidade de praticar nossa grande e rica arte capoeira no ambiente onde impera o louvor e a busca a Deus, ou em qualquer lugar em que Deus nos enviar. O Rei Davi dançava, louvava a Deus e nos registros históricos e Bíblicos diz que ele era um homem” segundo o coração de Deus, e exatamente por isso louvava a Deus de corpo alma e espírito,como esta descrito no “Salmo 150”.
Sim nós somos como o Reis Davi, Saltamos, cantamos, tocamos e nos alegramos muito, quando na Igreja ou em qualquer lugar que estejamos podemos declarar com toda a força que a cultura da capoeira nos propicia conhecer e levar o amor do Deus vivo em nossas vidas e para a vida de todas as nações .
“ Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: ABA, PAI ”.Romanos 8:15.

Referências Bibliográficas:

SILVA, Gladson de Oliveira .Capoeira do Engenho à Universidade
USP.SP.3ª edição. 2002.
VIEIRA, Luiz Renato & ASSUNÇÃO, Matthias Rôhrig .Mitos, Controvérsias e fatos, Construindo a História da Capoeira .Apostila. 1999.
BRITO, Elto Perira .Capoeira e Religião.Ed.Grafset .GO-GYN. 1998.
BRITO, Elto Perira .No Caminho da Malícia.Ed.Grafset .GO-GYN.1ª edição. 2007.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CD GENERO GOSPEL- MINISTÉRIO DE CAPOEIRA ABA PAI


Graça e Paz de nosso Senhor Jesus Cristo. 

Presenteie um capoeirista, use em sua Igreja e para evangelizar.

Para adquirir nosso CD e demais materiais, entre em contato através do e-mail heliocapoeira@hotmail.com

Maiores informações liguem: Cel VIVO (071) 9646-0017(watsapp). 

Deus os abençoe rica e poderosamente em nome de Jesus Cristo! 


Para Honra de Cristo,

Mestrando Hélio Dendê – Líder Geral do Ministério de Capoeira Aba Pai
www.capoeiraabapai.com.br

Conheça algumas de nossas músicas em:
Hino capoeira Aba Pai;
 
Tem que ter fé;

http://www.youtube.com/watch?v=ZPVMtKYl8rE


http://www.youtube.com/watch?v=ZPVMtKYl8rE